quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Martha Hite Watts

Postado por: O Criador & Criatura

BIOGRAFIA CRISTÃ : Martha Hite Watts (1845-1910) foi Missionária norte-americana, Educadora, Diretora e ajudou na fundação dos colégios: Piracicabano (Piracicaba-SP, Brasil), Evangélico Misto [Americano] (Porto Alegre-RS, Brasil) e Izabela Hendrix (Belo Horizonte-MG, Brasil).

"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.". (1ª Coríntios 13:13, VRA, SBB).

Martha Watts
Martha Hite Watts.
(1845-1910)
Martha Hite Watts nasceu em 13 de Fevereiro de 1845 na cidade de Bardstown, localizada no Estado de Kentucky, nos Estados Unidos. Posteriormente, sua família mudou para Louisville, atualmente é a cidade mais populosa de Kentucky.

Martha frequentou as reuniões nos Estados Unidos com os crentes em Jesus chamados metodistas. Sua família exerceu muita influência em sua vida, eles eram cheios de energia e vigor espiritual em Cristo. Sua mãe era uma crente com excelente caráter cristão. Todas essas características foram herdadas por Martha Watts.

A sua experiência de conversão aconteceu em 1874. Não aceitou dividir o seu coração com o mundo, desde aquele ano foi muito ativa no serviço de Cristo. Quando sentiu o chamado para o "Continente Esquecido", atendeu o encargo e embarcou para o Brasil no mês de Março de 1881. Viajou acompanhada do Rev. Kooger e esposa, e dos pastores J.J. Ransom e J.L. Kennedy. Todos eram inexperientes para o campo missionário, exceto o Rev. Ransom.

O Rev. Ransom casou com uma das filhas do Rev. Newmann que fora enviado no ano de 1867 para o Brasil. Em 1869, Newmann mudou com sua família para Saltinho-SP. No ano de 1871 iniciou um grupo Metodista que reuniam num local pequeno de chão batido, coberto de sapê, próximo da cidade de Santa Bárbara d'Oeste-SP, posteriormente foi construída uma capela nominada de "Capela do Campo" vinculada à Igreja Metodista Episcopal do sul dos Estados Unidos.

A primeira Escola Metodista, em Piracicaba-SP, foi fundada em 1879 pelas filhas do Rev. Newmann, as senhoritas Mary e Annis. Contudo, uma das irmãs ficou adoentada e os trabalhos cessaram, deixando sem escola os filhos dos sulistas americanos que imigraram para o Brasil durante a Guerra de Secessão.

Guerra de Secessão
Guerra de Secessão ou Guerra Civil Americana.
(1861-1865)
A Guerra Civil Americana foi a luta dos Estados Confederados do Sul contra os Estados do Norte.

Os Estados do Sul eram latifundiários, aristocratas e defensores da escravidão [escravocratas]. Os Estados do Norte eram industrializados e os escravos não eram importantes para o progresso.

Nas primeiras décadas do século XIX, a imigração massificada e a intensa industrialização ampliaram o poderio dos Estados do Norte que exerceram forte influência política. Assim, as tensões políticas e sociais entre o Norte e o Sul ficaram latentes.

Em 1861, início da guerra, o país tinha 19 Estados livres com a escravidão proibida e 15 Estados que permitiam a escravidão. 11 Estados escravagistas declararam secessão [separação] da União e criaram um novo país - Estados Confederados da América.

Abraham Lincoln
Abraham Lincoln.
(1809-1865)
Abraham Lincoln que cresceu ouvindo as regras de fé batista, liderou o país com êxito durante a maior crise interna da União. Em 1860, foi eleito presidente através do Partido Republicano. Preservou a União e aboliu a escravatura. Promulgou a Proclamação de Emancipação em 1863 e promoveu a 13ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos da América.

As consequências sociais, as ideologias político-partidárias e o federalismo nos Estados Unidos são reflexos dessa fase histórica. Até hoje, permanecem tais divisões conceituais através dos partidos dos Republicanos e dos Democratas.

"Senhor, minha preocupação não é se Deus está ao nosso lado; minha maior preocupação é estar ao lado de Deus, porque Deus é sempre certo." Abraham Lincoln.

Antes de retomarmos a história de Martha Watts, queremos apresentar para vocês, prezados leitores, um pequeno vídeo sobre Abraham Lincoln:



Martha Watts
Martha Hite Watts.
(1845-1910)
Martha Watts, procurou esclarecer aos seus compatriotas sobre alguns costumes do povo, bem como descreveu suas habitações e alimentação. Afinal, essas pessoas eram o alvo da pregação do evangelho de Cristo e da vocação pedagógica de Martha.

"eu lhe contarei, para tranquilizar alguns dos nossos amigos, que não comemos 'carne crua' (...), nossos apetites se acomodam rapidamente à comida do país". "ainda não posso escrever muito sobre o povo, pois ainda não os conheço muito bem enquanto povo. Dizem que suas casas são sujas, assim como suas relações nos negócios, mas não temos testemunhado nada dissoMartha Watts.

"Não comemos comida crua. Temos farinha, da raiz da mandioca, mas é cozida. Há um preparado de milho, que possui aparência de comida crua, porém não é cru. (...) a culinária possui uma ótima carne bovina, porco fresco, manteiga e pão assado, palmito ou repolho em palma." Martha Watts.

Martha veio para o Brasil para ministrar Cristo e com o forte encargo pela educação das mulheres, inclusive, foi com esse propósito que Martha Watts ingressou na Sociedade Missionária da Mulher.

Estrangeira, falando outro idioma, fiel a uma outra religião e de hábitos culturais muito diferentes, Miss. Watts saiu ao campo missionário, assistiu várias missas católicas, procissões da Igreja Romana, festas populares, enterros e batizados da comunidade, para conhecer a cultura local, aprender os costumes do país e o comportamento do povo. Martha foi uma observadora atenta para semear a Palavra de Deus.

A situação da mulher na sociedade brasileira no final do século XIX era caracterizada pela submissão aos pais e aos maridos. Tal submissão, não implicava na carência de importância da mulher, embora dependentes dos homens, o papel da mulher era bastante significativo na sociedade. As mulheres que exerciam influência na sociedade pertenciam à elite.

A sociedade brasileira era escravocrata e agrária. Fora do círculo elitista existiam apenas mulheres criadas e negras recém-libertas. A vida social no Brasil, nesse período, ocorria nas recepções, saraus e festas similares. Nesses eventos sociais os negócios eram fechados, os casamentos arranjados e as posições sociais eram firmadas. Em tal contexto a figura feminina era importante. O comportamento feminino, seu trajar, suas jóias, a recepção e organização feminina nas reuniões demonstravam o "status" social. A mulher desde sua infância era ensinada para essas ocasiões. Além disso, as mulheres exerciam importante função administrativa com os criados, influência educacional sobre os filhos e gerenciava os vínculos sociais com os familiares, comerciantes e com os padres. A casa-grande era uma instituição bastante complexa na administração exercida pelas mulheres.

Durante a primeira metade do século XIX, as mulheres brasileiras eram limitadas pelo subdesenvolvimento do Império. Elas recebiam instruções no próprio lar, recebendo aulas de francês, música, canto, pintura, além de artes domésticas - trabalhos de agulha e culinária. Os professores geralmente eram estrangeiros.

Quando Martha Hite Watts chegou ao Brasil, no Rio de Janeiro, ficou impressionada com a situação das crianças abandonadas. Ela expressa os seus sentimentos em uma carta enviada aos Estados Unidos:

Crianças de Rua - Século XIX
Crianças de Rua.
Século XIX.
"Na grande cidade do Rio de Janeiro (...), há uma classe de seres humanos, cujas condições apelam aos nossos mais profundos sentimentos e clama por nossa caridade cristã. É uma classe de criancinhas, sem lar ou amigos que comem, dormem e morrem nas ruas; ignorantes de todo o conhecimento, a não ser o conhecimento da marginalidade e da miséria, sem que ninguém pareça se importar com suas almas" Martha Watts.

"O Senhor colocou no coração de alguns de seus servos a compaixão por estas vidas, bem como o desejo de achar uma forma de resgatá-las (...). A esta classe de crianças pertencem os jornaleiros, os engraxates, os vendedores de frutas, os cantores de rua (...) assim me surge a proposta de uma casa de refúgio para elas - preparar um local limpo, como um lar, para onde elas possam ir ao final do dia de trabalho; achar abrigo, repouso e alimentação para seus pequenos corpos fatigados, frequentemente debilitados pelo sofrimento da fome e das doenças. Será ouvindo palavras doces, em tom gentil, sentindo o toque de mãos amorosas que elas aprenderão o que é o humano e desta forma compreenderão o amor de Deus e (...) seguirão o caminho da salvação" Martha Watts.

O processo civilizador de mudança social sucederia na área educacional através de uma cultura cristã-protestante, que propagava para as pessoas uma espiritualidade cristã prática, na qual a participação e a mudança da sociedade ocorreria através do estudo da gramática, da álgebra, da aritmética, da cosmografia, da geografia, da física, da astronomia, da história geral e do Brasil, entre outras disciplinas, e principalmente através do estudo da Bíblia.

Na visão das missionárias e professoras cristãs, a missão da escola era promover um espaço que permitisse ao aluno desvencilhar de um sistema de ensino tradicional-autoritário que não estava de acordo com os ideais de sociedade no final do século XIX.

As escolas cristãs-protestantes no Brasil representavam para as elites liberais uma esperança de modernidade, a concretização da liberdade, igualdade e fraternidade. A admiração dessas elites pelo modelo de sociedade norte-americana transparece no seguinte texto:

"O verdadeiro espírito de bandeirante, Miss. Martha Watts recebeu confiante e risonha, a árdua e delicada tarefa de transplantar para o Brasil a primeira árvore - exótica para nós - da preciosa espécie norte-americana. Trazer para cá, para a nossa terra roxa, para um meio onde imperava sozinha outra religião [romanismo ou catolicismo romano] (...), era obra de tato, de muita psicologia, de muita diplomacia. Ela vinha da pátria de Jefferson, o filósofo da democracia americana - da terra da liberdade de culto, da separação da Igreja e do Estado, da secularização dos cemitérios, do país, onde, há 16 anos, já não havia escravos, para se instalar na única nação monarquista das três Américas, onde Sua Majestade Pedro II ainda era protetor e protegido da religião católica, religião do Estado".

O projeto de fundação de colégios foi abraçado por Martha Watts no ano de 1881. Fundou instituições de ensino em diversos estados brasileiros. Essas escolas eram percebidas como uma "missão gloriosa" para dignificar a educação infantil e da adolescência no Brasil. Martha contribuiu para reproduzir no Brasil um modelo educacional intelectual, moral e cristão-civilizador.

Martha Hite Watts deixa claro sua vocação: "deveríamos ser surdos ao seu clamor e contemplar indiferentemente a visão da imensa aflição de centenas de criancinhas que crescem em meio ao pecado e a uma corrupção tão vil? Ou deveríamos, com a ajuda de Deus, buscar a salvação dessas preciosas almas? (...) eu peço a Cristo pelas crianças brasileiras de Piracicaba. Existem muitas crianças que parecem interessadas por aqui. Abriremos nossa escola assim que pudermos".

Um padre romanista [católico] publicou uma série de artigos nos jornais de Piracicaba-SP contra o cristianismo protestante, bem como criticou o colégio fundado por Martha Watts: "Nessa instituição cada aluna tem uma Bíblia e a lê, como se qualquer pessoa pudesse entendê-la; e através da influência dessa escola toda a cidade está perdida nas trevas do protestantismo".

As "trevas" do protestantismo trouxe luz, ou seja, reflexão para toda a comunidade piracicabana, o que beneficiou até os próprios católicos piracicabanos que atualmente podem ter bíblias em suas casas.

Martha chegou em Piracicaba-SP com 36 anos, no dia 19 de Maio de 1881. Foi recebida pelos advogados e líderes políticos locais militantes do Partido Republicano, os senhores Prudente de Morais e Manoel de Morais.

Presidente Prudente de Morais
Prudente José de Morais e Barros.
(1841-1902)
Prudente José de Morais e Barros foi advogado e um proeminente político brasileiro. Foi Governador do Estado de São Paulo, Senador, Presidente da Assembleia Nacional Constituinte do Brasil em 1891. Foi o terceiro Presidente do Brasil e o primeiro político civil a assumir esse cargo através de eleições diretas.

Prudente de Morais representava a ascensão da oligarquia cafeicultora e dos políticos civis ao Poder Nacional, depois de um período de domínio do Poder Executivo pelos militares, enquanto a oligarquia dominava apenas o Poder Legislativo.

Depois que conquistou o apoio da liderança política local, representada pela família Morais Barros, Miss. Watts inaugurou a escola em 13 de Setembro de 1881, contando apenas com uma única aluna, a menina Maria Escobar, filha do jornalista liberal Antonio Gomes de Escobar, diretor dos jornais "O Piracicaba" e "Palavra de Deus", com alinhamento contrário ao catolicismo.

A instalação do Colégio Metodista Piracicabano sofreu resistência dos setores conservadores e da liderança católica romana, mas com o transcorrer dos anos conquistou aceitação em toda a região. A vida cultural da cidade de Piracicaba-SP foi direcionada para o Colégio que semanalmente promovia saraus musicais e literários.

Nessa época, Piracicaba era uma vila rural de 5.000 a 8.000 habitantes. Somados os habitantes da região, a população alcançava 20.000 pessoas com hábitos muito primitivos comparados com os costumes americanos de Martha Watts.

Martha encontrou em Piracicaba um cenário totalmente diferente de Louisville, nos Estados Unidos.

"Quase todas as casas aqui são feitas de barro e, embora os mais progressistas estejam agora construindo suas casas de tijolos, eles ainda seguem o estilo arquitetônico de seus antepassados. A maioria delas só tem um andar e o telhado é bastante inclinado, cerca de 40 graus, coberto com telhas de barro. Essas telhas se assemelham a metades de um cano de água e são engenhosamente colocadas de forma que se apenas algumas casas tivessem esse tipo de telhado poderíamos certamente admirá-las, mas não temos visto outro tipo de telhado desde que deixamos a Inglaterra em nossa viagem para cá, o que torna tudo muito monótono. Não existem chaminés, pois aqui não existem lareiras. Vocês podem imaginar essas casas desconfortáveis e sem lareira?" Martha Watts.

"Muitas delas [casas] têm piso de chão batido nos cômodos internos e todas elas têm cozinha de chão batido. Para cozinhar eles têm um arranjo chamado fogão, mas quando é necessário aquecer do frio, eles o acendem no piso de chão, num canto da parede que serve como condutor da fumaça. Geralmente o telhado é colocado numa altura de um pé acima da parede e assim não há problema para a fumaça sair. O piso de chão batido, as paredes de barro ou de tijolos de barro e os telhados de telhas também de barro nunca produzem incêndios, por essa razão não existe na cidade bombas de apagar incêndios" Martha Watts.

"As salas e os quartos são forrados o que os torna mais confortáveis e de aparência mais limpa. Os vestíbulos [saguão, hall] são espaçosos e há muitas janelas e portas. Os quartos de dormir são laterais à sala de visita ou de jantar, mais amplas, de onde eles recebem iluminação, já que raramente os quartos possuem janelas. Muitos deles não têm sequer uma parte de vidro no alto da porta para entrada de luz. São geralmente muito pequenos e satisfazem ao conceito que os brasileiros têm de conforto, mas não ao conceito que um americano tem de conforto. O mobiliário é escasso e feio. Carpete é uma coisa desconhecida aqui, mas os que podem têm tapetes espalhados pela casa. Cortinas raramente são vistas. A moda é ter um sofá de vime encostado à parede e três ou quatro cadeiras arrumadas em ângulo reto ao sofá." Martha Watts.

Piracicaba Antiga
Rua Governador Pedro de Toledo, Piracicaba-SP.
Final do Século XIX.
"Toda casa, eu suponho, deve ter uma rede num canto. As portas da rua são muito altas e largas e os degraus ficam do lado de dentro. É proibido por lei fazer os degraus do lado de fora. As portas permanecem abertas durante o dia todo e os visitantes se fazem anunciar batendo palmas ao invés de baterem à porta. As janelas ficam bem altas em relação ao solo e geralmente têm vidros, mas muitas delas são totalmente de madeira. Existem alguns jardins e quintais bonitos, mas eles ficam nos fundos das casas e não podem ser vistos da rua porque as casas são construídas juntas, com grossas paredes de barro entre elas. Existem muitas bananeiras, limoeiros, laranjeiras e outras árvores frutíferas, mas não há palmeiras. Agora você não acha que eu deva estar desapontada? Eu não tenho dúvidas de que é uma das mais belas cidades do interior, mas não é o que eu havia fantasiado" Martha Watts.

"Não existem montanhas muito altas nesta parte do Brasil; mas dizem que esta cidade [Piracicaba-SP] está a dois mil e quinhentos pés acima do nível do mar e, consequentemente, é bastante frio no inverno que começa em abril e termina em agosto quando começa a estação das chuvas que permanecem o verão todo tornando o calor mais suportável. As manhãs estão muito frias e às vezes, a neblina é tão forte que quando abrimos a janela ou a porta ela entra como uma chuva fininha. Durante o dia a temperatura é agradável no sol, mas fria dentro de casa. As noites também são frias. Às vezes cai geada e as folhas das bananeiras caem. Em 1879 fez tanto frio que a camada de gelo ficou como uma lâmina. Esse nível de temperatura é desastroso para o café quando se prolonga por algum tempo." Martha Watts.
Colégio Metodista Piracicabano
Colégio Metodista Piracicabano.
Final do Século XIX.

No mês de Janeiro de 1883, começou a construção da sede própria do Colégio Metodista Piracicabano. A ostentação do edifício, comparado com os imóveis de Piracicaba-SP na época, ajudou no convencimento da elite piracicabana. Todos viram que o protestantismo fixara raízes na cidade e o Colégio Metodista plantou sementes definitivas na cultura local.

O Colégio Assunção recebia apoio da maioria católica conservadora e dos protegidos da monarquia, enquanto o Colégio Piracicabano era apoiado pelos liberais em geral, pertencentes ao Partido Republicano, bem como por grupos anticlericais.

Igreja Metodista em Piracicaba
Igreja Metodista Central. Piracicaba-SP.
Final do Século XIX.
Os protestantes metodistas iniciaram a construção do local de reuniões, nessa circunstância foi muito importante o apoio dos irmãos Morais Barros, pois a lei vigente decorrente do Brasil Império impedia a construção de edifícios com arquitetura religiosa, porque somente os católicos podiam construir templos.

O imóvel de reuniões dos metodistas é considerado uma das "igrejas" mais antigas da cidade, também, é considerado como terceiro imóvel religioso dos metodistas no Brasil. A construção do local de reuniões em Piracicaba-SP possui características neo-românticas e neo-góticas em estilo medieval do século XIX. Sua inauguração ocorreu em 1881.
Igreja Metodista em Piracicaba
Igreja Metodista Central. Piracicaba-SP.
Término de culto cristão-protestante.
Final do Século XIX.

Os protestantes valorizavam o caráter do ser humano - caráter fundamentado na reverência pela verdade, estimulado pelo amor, fortalecido pela inteligência e aperfeiçoamento da cortesia. O desenvolvimento do espírito humano do cristão é o alvo - o resultado: influência na cultura, na ética e na sociedade.


Além de Piracicaba-SP, os metodistas espalharam suas convicções em vários lugares do Brasil. Outros grupos cristãos-protestantes também espalharam as sementes do evangelho salvífico em Jesus Cristo e os princípios da reforma protestante:

  1. SOLA SCRIPTURA;
  2. SOLA GRATIA;
  3. SOLA FIDE;
  4. SOLI DEO GLORIA.


Somente pela Escritura; somente pela Graça; somente pela Fé; e Glória unicamente para Deus. Assim, os protestantes começaram a formar lideranças no princípio do liberalismo.

Os republicanos brasileiros, buscavam espelhar-se nos Estados Unidos da América que representavam modernidade e progresso. Educar as elites para que elas viessem a mudar o país foi o objetivo da educação missionária norte-americana. A maioria da elite, hoje no poder, estudou nos colégios de confissão cristã-protestante espalhados pelo Brasil. Esse fenômeno não sucedeu apenas no Brasil, mas em toda América Latina.

"Eu sei que muitas de vocês estão orando por mim e meu trabalho aqui e sou muito grata por isso. Espero que continuem orando. Isso pode manter a mim e às minhas companheiras com saúde e boa disposição de espírito. Grata pelas cartas recebidas. Sua missionária no Brasil, Miss. Martha Hite Watts. Piracicaba, 24 de Setembro de 1881".
Centro Cultural Martha Watts
Centro Cultural Martha Watts.
Piracicaba-SP.

"por mais de seis meses tenho sofrido com reumatismo. Se eu não tivesse mais nada a fazer, acho que poderia me tornar amiga de meus sofrimentos; mas, tenho que estudar, ensinar, escrever e costurar ocasionalmente e assim, pouco tempo me sobra para pensar no meu próprio conforto. (...). Maio de 1900." Martha Watts.

Da mesma forma que John Wesley lutou em oração e atitudes pela transformação das condições sociais e espirituais da sua época, Martha Hite Watts batalhou com a mesma fé em Jesus Cristo para alcançar as almas para o reino de Cristo, bem como expressou suas convicções em atitudes para o benefício de toda a coletividade civil, livrando as pessoas da miséria mental e da escravidão da ignorância. A educação foi o instrumento dado por Deus e ela a utilizou com temor para a Glória de Deus em Cristo Jesus através do Espírito Santo.

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