quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Madame Guyon

Postado por: O Criador & Criatura


BIOGRAFIA CRISTÃ : Jeanne Marie Bouvier de La Motte (1648-1717), também conhecida como Madame Guyon, foi levantada por Deus num contexto católico, em pleno século XVII, quando as nuvens da apostasia ainda eram densas, apesar da fresta de luz da Reforma. Foi uma das principais defensoras do Quietismo.

"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.". (1ª Coríntios 13:13, VRA, SBB).

Madame Guyon
Madame Guyon.
(1648-1717)
"O Quietismo foi um movimento místico dentro da Igreja Católica Romana durante o século XVII que acentuava o acesso intuitivo imediato a Deus pela alma passiva, aberta à influência da luz interior.". Fundamentavam sua crença no texto bíblico de Tiago 1:17 "Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes,em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.".

"Esta reação contra a ideia da racionalização dos dogmas teve precursores como Carlos Borromeo (1538-1584), cardeal e arcebispo de Milão, Ignácio de Loyola da Espanha e Francisco de Sales (1567-1622), da França.". A "Introdução à Vida Devota" (1609) de autoria de Francisco de Sales, poderia ser lida hoje com muito proveito pelos protestantes. No século XVII, estes místicos foram sucedidos pelo movimento dos Quietistas.

"Perseguida a cada passo de sua carreira, padeceu maus-tratos, aflições, sofreu abusos e foi presa durante anos pelas maiores autoridades da Igreja Romana. Seu único crime foi amar a Deus; sua culpa foi a suprema devoção e afeição a Cristo. Entretanto, Deus a usou de forma especial para abrir caminho para a restauração da vida interior, da comunhão profunda com Ele, através da oração, da consagração plena, da santificação e do operar da cruz. Seus inspirados escritos, especialmente gerados na prisão, influenciaram a muitos ao redor do mundo e a notáveis líderes, tais como o Arcebispo Fenelon, os Quacres, John Wesley, Zinzendorf, Jessie Penn-Lewis, Andrew Murray e Watchman Nee. Eles foram tão marcados por Deus através dela que muitas das verdades comentadas e vividas por eles tiveram origem, de alguma maneira, no que herdaram de Madame Guyon; em nossos dias, estamos apenas começando a tocar no fluir das águas da verdadeira espiritualidade que Deus fez jorrar através dela.".

"Madame Guyon (1648-1717) (...) encareceu a contemplação passiva como objetivo da experiência mística do divino. Francis Fenelon (1651-1715), tutor real, defendeu-a dos ataques de Bossuet, e em sua obra, "A Perfeição Cristã", que tem contribuído para a vida devocional de protestantes e católicos, fez uma apresentação positiva do quietismo.".

Fénelon
François Fénelon.
(1651-1715)
François de Salignac de La Mothe-Fénelon, também conhecido como François Fénelon ou arcebispo Fenelon, foi um teólogo católico apostólico romano, poeta e escritor francês, que manifestou ideias liberais sobre a política e a educação. Suas propostas confrontavam nessa época a Igreja Romana e o Estado. Foi membro da Academia Francesa de Letras.

"Na história do mundo foram poucas as pessoas que atingiram o alto grau de espiritualidade alcançado por Madame Guyon. Ela nasceu em uma época corrupta, em uma nação marcada pela decadência; cresceu e criou-se em uma igreja tão devassa quanto o mundo em que estava inserida; foi perseguida a cada passo de sua carreira; andando às cegas em meio a uma devastação e ignorância espiritual, não obstante ela atingiu o auge da preeminência em termos de espiritualidade e devoção cristã.".

Madame Guyon
Madame Guyon.
(1648-1717)
"Viveu e morreu dentro da igreja católica; contudo, padeceu tormentos e aflições; foi maltratada, sofreu abusos e foi presa durante anos pelas maiores autoridades daquela igreja [Igreja Católica Romana].".

"Seu único crime foi amar a Deus. Sua suprema devoção e incomensurável ligação com Cristo foram os pretextos usados para justificar as ofensas que sofreu. Exigidos seu dinheiro e seus bens, ela, com alegria, se desfez deles, mesmo sabendo que ficaria pobre, mas de nada adiantou." Continuou sendo perseguida!

"Ela simplesmente gostava de fazer o bem para o próximo, e foi tão cheia do Espírito Santo e do poder de Deus que operou maravilhas em sua época, não deixando de influenciar as gerações seguintes.".

Depois que saiu da prisão em Vincennes no ano 1710, viveu mais sete anos, morrendo no dia 09 de Junho de 1717, em Blois, aos 70 anos de idade.

Masmorra
Masmorra.
SUAS PALAVRAS:

"Eu tinha uma satisfação inexprimível e uma alegria no sofrer e no estar na prisão. O confinamento de meu corpo fez-me desfrutar melhor da liberdade de minha mente.".

"Nunca tive nenhum ressentimento contra meus perseguidores, embora os conhecesse bem, seu espírito e suas ações. Jesus Cristo e os santos viam seus perseguidores e, ao mesmo tempo, sabiam que não podiam ter poder a não ser que do alto esse poder lhes fosse dado (Jo 19.11).".

"As pedras de minha prisão pareciam, aos meus olhos, semelhantes a rubis; eu as estimava mais do que todo o fulgor ostentoso de um mundo vão. Meu coração estava cheio dessa alegria que Tu concedes àqueles que Te amam, em meio às suas maiores tribulações.".

"Em 22 de agosto de 1688 pensou-se que eu estava para sair da prisão, e tudo parecia tender para isso. Porém o Senhor deu-me um sentido de que, longe de estar desejosos de libertar-me, eles só estavam lançando novas armadilhas para arruinar-me com mais eficácia e fazer o padre La Mothe conhecido e estimado pelo rei. No dia mencionado, que era meu aniversário, aos 40 anos de idade, acordei sob uma impressão de Jesus Cristo em agonia, vendo o conselho dos judeus contra Ele. Eu sabia que ninguém, senão Deus, poderia livrar-me da prisão, e eu estava satisfeita por ver que Ele o faria um dia por Sua justa mão, embora não soubesse de que modo".
"Quão estreita é a porta que leva a uma vida em Deus! Quão pequeno é preciso ser para atravessá-la, não sendo outra coisa senão a morte para o 'eu'! Porém quando passamos por ela, que amplitude encontramos!".
"Espero que o que escrevo não seja visto por ninguém que possa ofender-se com isso, ou que não esteja em condição de ver estes assuntos em Deus.".

"Nos tempos da lei antiga, houve vários mártires do Senhor que sofreram por afirmar e confiar no verdadeiro Deus. Na igreja primitiva de Cristo, os mártires verteram seu sangue, por manter a verdade de Jesus Cristo crucificado. Agora há mártires do Espírito Santo, que sofrem por sua dependência Dele, por manter Seu reino nas almas e por ser vítimas da vontade divina.".

"Tu, ó meu Deus, fizeste comigo como fizeste com Teu servo Jó, devolvendo-me em dobro o que havias tomado e livrando-me de todas as minhas tribulações. Deste-me uma facilidade maravilhosa para satisfazer a todos.".

"Deixei-me ser levada para onde quisesse meu Pai celestial, alto ou baixo; tudo era igualmente bom para mim.".

"Eu sinceramente omitiria o que estou prestes a escrever se alguma parte disso proviesse de mim, e também pela dificuldade de expressar-me, uma vez que poucas almas são capazes de entender caminhos divinos que são tão pouco conhecidos e tão pouco compreendidos. (...). Eu mesma nunca li nada similar. A expressão nunca se iguala à experiência.".

"O diabo não mais exerce seu poder contra sua fé ou crença, mas ataca diretamente o domínio do Espírito Santo, opondo-se ao Seu movimento celestial nas almas e descarregando seu ódio no corpo daqueles cuja mente ele não pode ferir. Ó, Santo Espírito, um Espírito de amor, permite-me estar sempre submissa à Tua vontade, e, como uma folha que se move com o vento, assim permite-me ser movida por Teu divino sopro. Assim como o vento impetuoso rompe tudo o que lhe resiste, rompe Tu a todos os que se opõem ao Teu império.".

"Quantas vezes tenho dito, até na amargura de meu coração, que devo ter mais medo de uma repreensão de minha consciência do que do grito e condenação de todos os homens!".

"Enquanto estava presa em Vincennes, (...) passei meu tempo em grande paz, alegre por passar o resto de minha vida ali, se esta fosse a vontade de Deus. Entoava cânticos de alegria, que a serva que me servia aprendeu de memória, tão rápido quanto eu os fazia. (...).".

Witness Lee
Witness Lee.
(1905-1997)
Muitos de nós lemos a biografia de Madame Guyon. Pelo relato de sua vida, vemos que ela era alguém firme na sua consagração, e que progredia continuamente. Consequentemente, podemos distinguir de modo claro os cinco pontos da consagração manifestados nela, quando já era de idade avançada. A base da consagração era firme como uma rocha. Sempre que havia uma questão entre ela e o Senhor, havia uma rocha sob seus pés, sobre a qual ela se apoiava continuamente. Ela dizia ao Senhor: ‘Senhor, Tu me compraste!’. A motivação da consagração era simplesmente como a poderosa força de torrentes de águas; portanto, a consagração continuava doce e absoluta. Na autobiografia, ela sempre mencionava que renovava seus votos matrimoniais com o Senhor. Isso mostra que em seu ser interior, ela era constantemente tocada e constrangida pelo amor do Senhor, pois um voto matrimonial é a expressão mais elevada do amor. Do ponto de vista humano, o caminho que ela percorreu foi de muito sofrimento, mas para ela, sobremodo doce. Por causa do amor do Senhor, seu sofrimento foi transformado em dulçor. O significado da consagração era inclusive mais claro. Embora estivesse, às vezes, em casa servindo o marido e cuidando do filho, era alguém que realmente permanecia nas mãos do Senhor. Estava disposta a abrir mão de tudo e colocar-se inteiramente nas mãos de Deus. Ela Lhe dizia: ‘Ó Deus, se quiseres usar-me, golpear-me, espremer-me ou moldar-me, quero estar à Tua disposição. Não estou em minhas próprias mãos; entreguei-me a Ti’. Esse ponto particular é especialmente claro em Madame Guyon. O propósito da sua consagração não era de modo nenhum confuso. Ela realmente era alguém que pela consagração deixou Deus trabalhar nela, esculpi-la, quebrantá-la e espremê-la. Sua função, portanto, foi expressa de maneira muito plena, brilhando como o sol ao meio-dia. Consideramos que, nos últimos três séculos, ela proporcionou mais vida aos santos [crentes] do que qualquer outra pessoa. Por ter deixado Deus trabalhar nela ao máximo, ela tinha o máximo para ministrar às pessoas. Embora tenha morrido, ainda hoje recebemos ajuda por intermédio de sua experiência. Finalmente, o resultado da sua consagração faz-nos adorar ainda mais a Deus. Ela não teve nenhum sucesso no mundo, nem havia na sua obra espiritual alguma expectativa futura. Ela podia dizer que era simplesmente um monte de cinzas; tudo tinha acabado. Por outro lado, no universo, diante de Deus, está sempre produzindo um aroma agradável para Sua satisfação e alegria do Seu povo. A experiência da consagração realmente alcançou nela a plena maturidade.”. Witness Lee.

Sua vida e obra são maravilhosos, seu ministério é riquíssimo. Considerando que homens como o Arcebispo Fenelon, os QuacresJohn WesleyZinzendorfJessie Penn-LewisAndrew Murray e Watchman Nee leram sua autobiografia, bem como seus escritos, quanto mais nós! Se você prezado leitor considera-se superior aos exemplos citados, tudo bem! Mas, se você é humilde de coração e deseja crescimento em vida espiritual perante Deus, então sugestionamos a leitura de seus livros.
FONTE:
Livro: Autobiografia de Madame Guyon.
426 páginas.
Editora: Dos Clássicos. (Brasil).

Livro: O Cristianismo através dos Séculos.
508 páginas.
Editora: Vida Nova. (Brasil).

Livro: A Experiência de Vida.
360 páginas.
Autor: Witness Lee.
Editora: Árvore da Vida. (Brasil).

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Um comentário:

  1. Gostei da iniciativa do irmão em divulgar as biografias de importantes servos durante a História da Igreja.

    Se for possível, peço encarecidamente a citação do Blog: MORGADO, UM CRISTÃO! nas suas postagens que foram copiadas do meu Blog, considerando que os arquivos são resultados de intensas pesquisas em sites e livros. Obrigado! Graça e Paz! Abraços!

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Queira participar, sem contundir com postura racista ou idealistas. Somos liberais em pensamentos, porém temos postura de formação bíblica convicta do seu autor.